segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Festival Paredes de Coura - Compacto dia 3

Já regressada do Sudoeste, cumpre-me aqui fazer a resenha do último dia de Paredes de Coura, ainda em falta.
Abrem as hostilidades os Foge Foge Bandido, projecto de Manuel Cruz, dos extintos e saudosos Ornatos Violeta. Deu para perceber que estão presentes alguns fãs a sério da banda, pelo entusiasmo demonstrado nas primeiras filas. Eu vi o concerto sentada e só não me fui embora a meio por respeito pelo passado de Cruz, que admiro. Quanto a este seu novo projecto, pouco tenho a dizer, excepto que é uma enorme chatice e um bocado metido a pseudo. Começar uma música com as palavras «Esta vida é uma merda» não é, na minha opinião, grande augúrio e o resto do concerto foi fiel à supra-citada frase. Houve encore, mas já não tive paciência para continuar a ouvir tanto disparate junto e fui ao merchandising, que me pareceu bem mais apelativo. Voltem Ornatos, estão perdoados!



De seguida, tocam os espanhóis (mas que falaram sempre em inglês connosco) The Right Ons. Mais um concerto para ver sentada, pelo cansaço acumulado, que já era muito e pelo pouco interesse da coisa. Rock and roll engraçadinho e dançante, mas já vimos isto demasiadas vezes e mais bem feito até, por isso não se compreende muito bem a inclusão da banda no palco principal.



Howling Bells, a banda que se segue. A vocalista chama-se Juanita (Stein), mas os meninos são australianos. São simpáticos, tocam uma musiquinha agradável e levezinha, mas o problema é, desde logo, esse: leve demais para mim, que sou um calhau e não embarco nestas cançõezinhas delicodoces. Ouve-se e tal, mas não deixa grande memória. Podia ser pior.



Seguiu-se Mr. Jarvis Cocker e aqui é que a festa arrancou a sério. Desconheço o trabalho a solo do ex-vocalista dos Pulp, até porque nunca fui fã da banda, nem do fenómeno britpop em si, mas há que dizer que este foi o concerto mais divertido da noite e, quiçá, de todo o festival, só tendo comparação com o de Peaches, na noite anterior. Há muito tempo que não me ria tanto num concerto, sobretudo tendo em conta que não aprecio a música em questão (tal como Peaches, lá está...).
Cocker é um verdadeiro gentleman, educadíssimo (até pediu desculpa por dizer "fuck" tantas vezes), um animal de palco, desengonçado (a altura e o baixo peso a isso impelem), muitíssimo bem-disposto, mesmo quando caiu em palco e ali ficou, prostrado, a cantar como se nada fosse. Felizmente a mazela não deve ter sido grave, porque se levantou passados uns instantes, bem a tempo de conservar na lapela do casaco umas cuecas de renda vermelha que um elemento feminino do público lhe atirou. Ele há mulheres com lata! E Jarvis gosta disso, pelos vistos. Óptimo concerto, muito alto astral.



Para encerrar em grande, The Hives. Os suecos não fazem parte da minha lista de preferências, mas que dão grandes concertos é inegável. Já tinha comprovado isso no Alive o ano passado e voltei a comprová-lo in loco. Têm uns hits radiofónicos/televisivos engraçados, um baterista semi-louco e um vocalista desbocado até mais não, que para além de falar que se farta, ainda se meteu com um elemento masculino do público que o terá insultado. Pelle Almqvist respondeu-lhe à letra: "Some guy in the audience wants to have sex with me! Sorry, I'm already taken. Fuck you!"
Apesar do cansaço ser já mais que muito, ver os The Hives sem dar uns valentes pulos e abanar a anca é impossível. Diversão a rodos, muito riso face às constantes piadolas de Almqvist e uma saída de Paredes de alma lavada: a voltar sempre, sem dúvida alguma, assim o cartaz ajude!







Até para o ano, Paredes!

Sem comentários: