segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Them Crooked Vultures @ Pukkelpop 2009 - "Everybody Loves You"

Eu queria mesmo era ter estado aqui...
Josh Homme (QOTSA), Allan Johannes (Eleven, QOTSA), Dave Grohl (Foo Fighters) e o ex-baixista dos Led Zeppelin, John Paul Jones, o único que ainda não tinha colaborado com os Queens of the Stone Age foram o "surprise act" da passada quinta-feira no Festival Pukkelpop, na Bélgica: o novo super grupo QOTSiano, Them Crooked Vultures.
Aqui me roo de inveja porque andei a ver o cartaz para ver se valia a pena lá dar um pulo e não havia nenhuma banda especialmente entusiasmante ou que não viesse cá a Portugal. Afinal, estava aqui mesmo, guardadinho no acto surpresa habitual do festival, que, pelos vistos, costuma atirar com estas pérolas aos incautos espectadores que vagueiam pelas tendas do Pukkelpop.
E agora vou para ali chorar a um canto por não ter estado lá. Snif...

domingo, 16 de agosto de 2009

Festival Sudoeste: Faith No More - Compacto do único dia que interessa



E pronto, cá está o último vídeo da minha autoria. "Evidencia", assim mesmo, cantado em português muito perceptível por Mike Patton, um verdadeiro poliglota.
Obrigadinha a quem mo classificou com 5 estrelas no You Tube, seja lá quem tenha sido! Porreiro, pá! (Não acho que esteja assim tão bom, mas obrigadão na mesma.)

Festival Sudoeste: Faith No More - Compacto do único dia que interessa



A entrada em palco dos Faith No More, com "Reunited". Vídeo meu, qualidade fraquita, mas foi o que se pôde arranjar.

Festival do Sudoeste: Faith No More - Compacto do único dia que interessa



Cá vai um dos vídeos que fiz da actuação dos Faith No More. Não me batam muito que isto foi feito com uma máquina fotográfica, ok?

sábado, 15 de agosto de 2009

Festival Sudoeste: Faith No Nore - Compacto do único dia que interessa

Em Abril de 2008 recebi a pior notícia possível: os Faith No More tinham encerrado actividades, uns meros dois meses depois de terem actuado em Portugal, naquele que foi o último concerto da banda. Também por essa altura, os Soundgarden tinham resolvido fazer a mesma brincadeira, pelo que estava mesmo muito chateada. As minhas duas bandas preferidas da altura tinham ido com os porcos e eu, menor de idade que era (17 aninhos) e a morar na pasmaceira, nunca as tinha podido ver ao vivo. Não era justo!
Até hoje.
Depois disso, e nesse mesmo ano, comecei a dar em som mais pesado, entrei para a universidade, mudei-me para a capital e deixei-me de grunges e afins. Continuei a ouvir Faith No More até hoje, sem nunca imaginar que voltariam a tocar juntos. Nunca como agora me soube tão bem enganar-me.
O cartaz do Sudoeste deste ano era fraquíssimo e só mesmo Faith No More para me levar a esta alegre romaria em direcção à Zambujeira do Mar (e a Odeceixe para pernoitar), sempre muito bem acompanhada. Assim sem querer éramos cerca de vinte, vindos de todo o Portugal e até um de Espanha.
O palco principal abriu com os sempre muito agradáveis X-Wife, pelos motivos já enunciados no post sobre o terceiro dia do Alive.




Pelo meio tocaram os Blind Zero (que não vi porque fui jantar, mas deu para ouvir a versão de "Where is my mind?" dos Pixies e uma outra dos Depeche Mode), os Mad Caddies (no palco Sapo Positive Vibes) que fui ver para fazer horas até FNM, porque no palco principal tocavam a essa hora os australianos e chatinhos Jet e não me estava a apetecer ouvi-los.
E chegamos ao que realmente interessa: Faith No More.
Vestidos de fatinho cor-de-salmão, entram em palco ao som de uma muito divertida versão do pimbalhoco "Reunited" de Peaches & Herb, como tem acontecido em todas as datas da "Second Coming Tour". Billy Gould no baixo, Jon Hudson na guitarra, Roddy Bottum nas teclas, Mike Bordin e as suas já grisalhas rastas na bateria entram em palco às escuras e assim tocam o início do tema. Comme d'habitude, as divas fazem-se sempre esperar e Mike Patton não foge à regra. De aspecto semi-gigolo, no seu engomadinho fato salmão, cabelo lambido para trás com gel, óculos escuros e bengala na mão, ou não tivesse Patton sofrido um estiramento na perna que a tal obriga, entra, por fim, a cantar o sentimentalão "Reunited" a meias com Bottum. Da lesão na perna não nos lembramos nunca, nem Patton, aposto eu, porque a bengala cedo voa para outras paragens e o vocalista pula, rebola e mexe-se como se nada fosse. Se tiveram oportunidade de ver a actuação de FNM no Download Festival há dois meses atrás, em que Mike Patton se atira para o chão no palco a fazer abdominais, enquanto canta "We Care a Lot" sabem do que estou a falar. Aos 41 anos, Patton está ainda em grande forma e a voz, essa, está no ponto, como sempre e como os milhentos projectos em que participa/participou (Mr. Bungle, Fantomas, Peeping Tom, Tomahawk, Lovage, as colaborações com os Dillinger Escape Plan, John Zorn, entre inúmeros outros) atestam.
No espaço de apenas uma semana vi os dois concertos do ano e dois dos concertos de toda a minha vida: Faith No More e Nine Inch Nails (que não foi pela primeira vez, mas cujo grau de devoção faz com que o sentimento seja quase semelhante). Não posso pedir muito mais que isto. E daí até posso, mas isso são outros futebóis que não vêm agora ao caso.
Muito comunicativo e, na grande maioria das vezes, em português, Patton vai perguntando quem de entre o público esteve presente no último concerto que deram, em Lisboa (há vários braços no ar, benza-os Deus!), quando eram «uma banda a sério», dispara com ironia. Ao ver um espectador de barbas coberto por uma máscara facial (medo da gripe suína?), diz-lhe: «Pareces o King Kong e estás com medo de germes?». Risota garantida. "Evidence", ou "Evidencia", já que foi cantado em português (cujo vídeo feito por moi même podem ver em cima) é dedicado «ao meu grande irmão, Cristiano Ronaldo» (assim mesmo, em português também). Mais risota. Este gajo tem mesmo piada!
"Do you want some «mais»?" A banda tinha aprendido a dizer «mais» nos dias que precederam o concerto e disse-o muitas vezes. "You guys deserve some MAIS!", foi a frase que precedeu um medley de um hino de futebol, seguido de uma versão de "Chariots of Fire", de Vangelis e, finalmente, de "Stripsearch" (vídeo postado igualmente em cima). Não só merecíamos mais, como merecemos que vocês voltem a gravar um álbum e a voltar cá um dia destes. Isso é que era de valor!
Segue-se o alinhamento:

Reunited (versão de Peaches & Herb);
Land of Sunshine;
Caffeine;
Evidence / Evidencia (em português);
Surprise! You're Dead!;
Last Cup of Sorrow;
Cuckoo for Caca;
Easy (versão dos Commodores);
Ashes to Ashes;
Midlife Crisis;
I Started a Joke (versão dos Bee Gees);
The Gentle Art of Making Enemies;
King for a Day;
Be Aggressive;
Epic;
Just a Man;

Encore:
Chariots Of Fire/Stripsearch;
Ugly In The Morning;

Encore 2:
Midnight Cowboy (versão de John Barry);
We Care a Lot.

Durante "Midlife Crisis" (e o que eu gosto desta!), a banda pára e solta-se o coro ensurdecedor do público: "You're perfect, yes, it's true... but without me you're only you. Your menstruating heart it ain't bleeding enough for two!" Bonito. No final, o agradecimento sentido de Mr. Patton a dizer que tínhamos feito muito boa figura.
"The Real Thing" não foi tocado no passado sábado, com muita pena minha, mas ficam as palavras da letra que exprimem o que me passou pela alma no final do concerto:

"The perfect moment
That golden moment
I know you feel it too
I know the feeling
It is the real thing
You can't refuse the embrace...
[...]The pinnacle of happiness
Filling up your soul
[...]Yes, the ecstasy, you can pray
You will never let it slip away."

Nota: 100%, "Perfect, yes, it's true".

Esgotam-se-me as palavras. Quando se gosta mesmo a sério de uma banda, tudo o que se escreve soa banalzinho e disparatado.
Depois disto, e uma vez que, até ver, os Soundgarden não ressuscitam, já posso morrer feliz. :-)












segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Festival Paredes de Coura - Compacto dia 3

Já regressada do Sudoeste, cumpre-me aqui fazer a resenha do último dia de Paredes de Coura, ainda em falta.
Abrem as hostilidades os Foge Foge Bandido, projecto de Manuel Cruz, dos extintos e saudosos Ornatos Violeta. Deu para perceber que estão presentes alguns fãs a sério da banda, pelo entusiasmo demonstrado nas primeiras filas. Eu vi o concerto sentada e só não me fui embora a meio por respeito pelo passado de Cruz, que admiro. Quanto a este seu novo projecto, pouco tenho a dizer, excepto que é uma enorme chatice e um bocado metido a pseudo. Começar uma música com as palavras «Esta vida é uma merda» não é, na minha opinião, grande augúrio e o resto do concerto foi fiel à supra-citada frase. Houve encore, mas já não tive paciência para continuar a ouvir tanto disparate junto e fui ao merchandising, que me pareceu bem mais apelativo. Voltem Ornatos, estão perdoados!



De seguida, tocam os espanhóis (mas que falaram sempre em inglês connosco) The Right Ons. Mais um concerto para ver sentada, pelo cansaço acumulado, que já era muito e pelo pouco interesse da coisa. Rock and roll engraçadinho e dançante, mas já vimos isto demasiadas vezes e mais bem feito até, por isso não se compreende muito bem a inclusão da banda no palco principal.



Howling Bells, a banda que se segue. A vocalista chama-se Juanita (Stein), mas os meninos são australianos. São simpáticos, tocam uma musiquinha agradável e levezinha, mas o problema é, desde logo, esse: leve demais para mim, que sou um calhau e não embarco nestas cançõezinhas delicodoces. Ouve-se e tal, mas não deixa grande memória. Podia ser pior.



Seguiu-se Mr. Jarvis Cocker e aqui é que a festa arrancou a sério. Desconheço o trabalho a solo do ex-vocalista dos Pulp, até porque nunca fui fã da banda, nem do fenómeno britpop em si, mas há que dizer que este foi o concerto mais divertido da noite e, quiçá, de todo o festival, só tendo comparação com o de Peaches, na noite anterior. Há muito tempo que não me ria tanto num concerto, sobretudo tendo em conta que não aprecio a música em questão (tal como Peaches, lá está...).
Cocker é um verdadeiro gentleman, educadíssimo (até pediu desculpa por dizer "fuck" tantas vezes), um animal de palco, desengonçado (a altura e o baixo peso a isso impelem), muitíssimo bem-disposto, mesmo quando caiu em palco e ali ficou, prostrado, a cantar como se nada fosse. Felizmente a mazela não deve ter sido grave, porque se levantou passados uns instantes, bem a tempo de conservar na lapela do casaco umas cuecas de renda vermelha que um elemento feminino do público lhe atirou. Ele há mulheres com lata! E Jarvis gosta disso, pelos vistos. Óptimo concerto, muito alto astral.



Para encerrar em grande, The Hives. Os suecos não fazem parte da minha lista de preferências, mas que dão grandes concertos é inegável. Já tinha comprovado isso no Alive o ano passado e voltei a comprová-lo in loco. Têm uns hits radiofónicos/televisivos engraçados, um baterista semi-louco e um vocalista desbocado até mais não, que para além de falar que se farta, ainda se meteu com um elemento masculino do público que o terá insultado. Pelle Almqvist respondeu-lhe à letra: "Some guy in the audience wants to have sex with me! Sorry, I'm already taken. Fuck you!"
Apesar do cansaço ser já mais que muito, ver os The Hives sem dar uns valentes pulos e abanar a anca é impossível. Diversão a rodos, muito riso face às constantes piadolas de Almqvist e uma saída de Paredes de alma lavada: a voltar sempre, sem dúvida alguma, assim o cartaz ajude!







Até para o ano, Paredes!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Blogue temporariamente encerrado para férias festivaleiras (mais uma vez)




Sudoeste: aqui vou eu!
Fazendo minhas as palavras dos próprios Faith no More: "Oh it's a dirty job but someone's gotta do it..."

Até ao meu regresso!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Festival Paredes de Coura - Compacto dia 2

Chegamos assim AO DIA, por excelência, do festival.
A tarde estava surpreendentemente soalheira, tal como no dia anterior, e parecia que a chuva só vinha brindar-nos com a sua presença no dia seguinte.
Às 19h entra em palco a nova coqueluche da música nacional, os Mundo Cão. Com letras de Adolfo Luxúria Canibal, dos Mão Morta, e o baterista dos mesmos, bem como o vocalista e também actor Pedro Laginha, surgem em palco de negro vestidos (oh Pedrocas, fato inteiro preto e sobretudo também preto com um calor daqueles não deve ter sido pêra doce, hã? Estilo a quanto obrigas...). A música destes meninos, francamente, não me diz nada: havia uma que era sobre enrabar Descartes (Pedro Laginha dixit) e outra sobre «o romance imaginário entre Cristiano Ronaldo e a Princesa Diana, que se fosse viva não lhe escaparia» (mais uma vez, palavras de Pedro Laginha). O menino tem presença agradável, não faço a mínima ideia se é bom actor ou não, porque nunca o vi representar, é um entertainer com alguma graça e sente-se honrado por estar a actuar em Paredes de Coura, «neste dia tão especial», como disse. Suponho que seria por actuarem no mesmo dia que os Nine Inch Nails, o que só lhe fica bem reconhecer.



Seguiu-se a actuação dos Portugal, The Man, que não vi porque fui jantar. Ouvido ao longe não pareceu nada do outro mundo.
Em seguida, Blood Red Shoes, mais um dos power duos, agora tão na moda, estilo popularizado pelos White Stripes: bateria e guitarra, sendo que o baterista é quem assume o comando das vozes mais vezes. Não foi nada má a actuação destes dois meninos ingleses: bem interessante e de bater o pé. É difícil ficar parado a ouvi-los e custa a crer que só duas pessoas em palco consigam fazer aquele escarcéu todo. Interessante, sim senhora.



E era chegada a hora de Peaches.
Da Sôdona Peaches já tinha ouvido de tudo um pouco, que era uma grande maluca (e confirma-se plenamente), que os espectáculos eram tão surpreendentes (pois são-no, de facto) quanto chocantes (não concordo). Peaches deu o concerto visualmente mais rico de todo o festival e o mais apanhado dos cornos também. Trocou de roupa dezenas de vezes em palco, acabando, invariavelmente, de maillot ou fato de banho. A entrada em cena fê-la vestida de bola cor-de-rosa incandescente, qual maçã de pano geneticamente modificada. O teclista veio vestido de sapo com lantejoulas verdes, claro está e a guitarrista loira, Sassy, em lingerie preta de renda, com meias e cinto de ligas. A banda chama-se Sweet Machine, já agora, não que depois deste paleio todo sobre indumentária isso tenha especial interesse. A roupa seguinte de Peaches era uma espécie de maillot preto e branco com efeito dominó, altura em que a canadiana resolveu atirar-se para os braços do público e ali cantou duas músicas (com muito apalpão pelo meio), como podem ver pelas fotos que se seguem. A partir daí as trocas de roupa foram tantas que nem as vou descrever todas, basta apenas dizer que foi um concerto irrepreensível, de altíssimo nível, com uma espectacularidade poucas vezes vista em festivais e eu até nem gosto da música de Peaches. Faço-lhe uma profunda vénia, nem que seja só por isso.







"Peaches, fuck!", foram as palavras proferidas por Trent Reznor, em jeito de admiração pela cantora no início da actuação dos Nine Inch Nails (admiração mútua, que Peaches também já anunciara durante o seu concerto). Era chegado «O» concerto do festival e, arrisco dizer, do ano.
A emoção, pessoalmente falando, era mais que muita, tanto para mais que este era o anunciado adeus aos palcos de Mr. Reznor, se não o adeus definitivo (há que duvidar sempre do temperamento irascível do mestre dos NIN), pelo menos um adeus prolongado das digressões. A "Wave Goodbye Tour" aterrava em Paredes de Coura e levava ao festival a maior enchente de todo o cartaz, com 23 mil almas trajadas a rigor para receber uma das melhores bandas dos últimos vinte anos (não esqueçamos que o debute dos NIN, "Pretty Hate Machine" cumpre, este ano, exactamente 20 anos).
Como é sabido, cada álbum dos NIN apresenta uma encarnação diferente: desta feita foram os músicos Justin Meldal Johnsen (no baixo), Robin Finck (na guitarra, o único colaborador já de há vários anos) e Ilan Rubin (na bateria) os convidados a integrar a digressão.
É difícil transmitir por palavras o que senti ao rever, dois anos depois, os Nine Inch Nails ao vivo. Não consigo ser imparcial e nem tenho que o ser, uma vez que estas linhas fazem parte de um mero artigo de opinião. Falta-me o talento na escrita para o fazer convenientemente e, como tal, ficam as palavras possíveis.
Os Nine Inch Nails fazem parte da minha «Santíssima Trindade» (juntamente com os Tool e os Queens of the Stone Age), como costumo dizer por graça e quem me conhece bem já sabe há muito. Não dão maus concertos porque não sabem fazê-lo, dão espectáculos em que a parafernália industrial nunca se sobrepõe à essência da música em si, que é crua, e não utilizam jogos cénicos supérfluos: bastam as simples e corriqueiras luzes de palco e nada mais. Não há vídeos em background, nem espalhafatos de qualquer espécie, apenas luzes strobe, facto amplamente divulgado pelo recinto, não fosse alguém sofrer de epilepsia e não poder, por esse motivo, assistir ao concerto. Caiu bem a homenagem a David Bowie, o senhor camaleão, um dos ídolos de Reznor, na interpretação de "I'm afraid of Americans", original em que o mentor dos NIN também colaborou há 14 anos atrás, no álbum "Outside", que, se bem se lembram, marcou o regresso à ribalta de Bowie e o levou em digressão precisamente com os Nine Inch Nails.
Os vídeos que fiz no concerto e que aqui publico são de fraca qualidade e não transmitem de forma ideal aquilo que o concerto foi, mas tentam antes dar uma pequena amostra.
Aos 44 anos de idade, Trent Reznor é um homem feliz, noivo, livre das drogas que o atormentaram nos anos 90, saudável, mas cansado da vida em digressão. Que descanse durante uns tempos, mas não desista da música é o que espero. E, já agora, que se deixe de «clausurismos» e volte à estrada quando lhe passar o cansaço.
O concerto teve início com um regresso a "The Fragile", de 1999, com o tema "Somewhat Damaged" e foi ver Trent e o público a pular (tal como é visível no vídeo que fiz e publico em baixo) ao som do refrão:
"Broken bruised forgotten sore!
Too fucked up to care anymore!
Poisoned to my rotten core!
Too fucked up to care anymore!"

21 temas tocados, menos um que na noite anterior, no La Riviera, em Madrid, tal como nos diz a Miss I Am Free no seu blog. Vejam também as fotos por ela tiradas, que são bem melhores do que as minhas, como aliás já é costume.

Fica o alinhamento e as minhas fotos:

Somewhat Damaged;
Terrible Lie;
Sin;
March of the Pigs;
Piggy;
The Becoming;
I'm Afraid of Americans (versão de David Bowie);
Burn;
Gave Up;
La Mer;
The Frail;
The Wretched;
Non-Entity;
I Do Not Want This;
Gone, Still;
The Way Out is Through;
Wish;
Survivalism;
The Hand That Feeds;
Head Like A Hole;

Encore:
Hurt.








Faço das palavras finais de Reznor as minhas, porque ele é que percebe disto:
"If I could start again
A million miles away
I would keep myself
I would find a way."

Festival Paredes de Coura - Compacto dia 2 - Nine Inch Nails - "Hurt"

Terceiro e último vídeo da minha autoria, também postado no You Tube. A imagem deste é a pior de todas, uma vez que "Hurt" é sempre tocado às escuras e às escuras não se fazem bons vídeos, muito menos com câmaras fotográficas.
Ei-lo ainda assim, para assinalar a despedida dos NIN dos palcos, já que este foi o último tema tocado.

Festival Paredes de Coura - Compacto dia 2 - Nine Inch Nails - "The Wretched"

Mais um vídeo da minha autoria, gravado durante a actuação dos Nine Inch Nails e que acabei igualmente de postar no You Tube, graças à insistência da Miss I Am Free. A qualidade é, mais uma vez, fraquita, mas o som até se aproveita. Valha-nos isso!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Festival Paredes de Coura - Compacto dia 2 - Nine Inch Nails - "Somewhat Damaged"

Ora cá está um dos vídeos da minha autoria, que acabei de postar no You Tube. A qualidade da imagem é, naturalmente, deficiente (foi gravado com uma câmara fotográfica digital mais do que amadora e não uma câmara de filmar), tal como explico na legenda que escrevi ao vídeo. O som está aceitável, tendo em conta as referidas limitações e é por isso que aqui o publico. Desculpem lá qualquer coisinha, mas foi o melhor que consegui fazer.

Paredes de Coura - Compacto dia 2, mas que é, na realidade, dia 1 (parte II)

Aqui fica o mais recente vídeo dos Franz Ferdinand, "Can't stop feeling", um dos vídeos mais divertidos que vi nos últimos tempos. A música não é do melhor que os Franz terão feito, mas o vídeo é histórico e aqui fica, em jeito de adenda ao post anterior sobre Paredes.

domingo, 2 de agosto de 2009

Festival Paredes de Coura: compacto dia 2 mas que é, na realidade, dia 1


Acabadinha de chegar de Paredes de Coura, cansada p'ra chuchu, mas ainda de férias festivaleiras (que terão continuação mais lá para o fim desta semana, rumo à Zambujeira do Mar para os mui aguardados Faith no More), posta-se em seguida sobre os momentos mais interessantes do referido festival.
Tal como o título deste post enuncia, começo pelo segundo dia «oficial» do festival, já que o primeiro dia, o da já costumeira recepção ao campista, aquele em que chove sempre como se não houvesse amanhã, não contou com a minha presença, pelos motivos que se seguem: não acampei, chuva não é comigo, só parti rumo a Valença no dia seguinte e, francamente, ir para Paredes no dia em que uma bichona vestida de canário (a.k.a. Patrick Wolf) actuava não me parecia uma perspectiva assim tão interessante quanto isso. Pelos vistos, Wolf não se safou mal e o povo festivaleiro divertiu-se horrores a vê-lo, mas yada yada yada, não é a minha onda.
Passando à vaca fria, isto é, ao primeiro dia de festival que interessa: 30 de Julho, dia em que são cabeças-de-cartaz os escoceses Franz Ferdinand.
Entra-se no recinto por volta das 19h e o calor que se faz sentir ainda é muito. Pergunto eu a quem me acompanha, «mas não é suposto o Alto Minho ser frio para catano?», munida que fui de camisola, casaco e lenço de pescoço. Pois é, frio e chuva costumam marcar Paredes, mas este ano S. Pedro até foi amiguinho e deu-nos umas tardes porreiras. As noites eram frias (excepto durante o concerto de Nine Inch Nails em que devo ter perdido para aí um quilo e em que despi todos os agasalhos que tinha levado, restando só a t-shirt, de NIN, claro está, e os pulos e êxtase foram de tal ordem que terminei o concerto a abanar-me como se estivessem 45º à sombra), por vezes geladas mesmo, mas quem corre por gosto não cansa e a música ainda é das poucas alegrias que a vida vai trazendo.
Os concertos começam muito pontualmente às 19h, neste dia da minha estreia em terras do rio Coura, com os Temper Trap.



Não os achei muito entusiasmantes, mas e daí, sempre fui avessa a "hypes" de veraneio.
Next: The Pains of being Pure at Heart. Mais uma banda, mais um "hype": Paredes de Coura é afamado por descobrir talentos que se vêm a revelar mais tarde apostas seguras. Foi assim com os Arcade Fire em 2005. Diz-se que esta será talvez a revelação de 2009. Pode ser que sim, pode ser que não, que eu cá não faço futurologia, mas não faz o meu género. Desculpa lá, C. Para compensar, toma lá fotos que tirei à banda e não digas que vais daqui.





Terceira banda do dia: The Horrors. Vieram substituir os The Rascals, que desconheço igualmente (a onda "indie" passa-me um bocado ao lado). O vocalista é assim uma espécie de Bruno Nogueira (a sério, as parecenças existem) num dia em que o cabelo não viu pente e o resto da banda vai ao mesmo cabeleireiro. O som não é nada de especial, chega mesmo, a espaços, a ser uma grande chatice, afianço eu, mas a moça à minha frente, moça essa com uns bons quilos a mais, abana-se qual Shakira em onda gótica (ainda levei umas quantas cuzadas) e grita histericamente que nem uma sirene dos bombeiros a cada início de música (e fim e meio...): o verdadeiro pavor. Pelos vistos há malta que vibra a sério com os The Horrors. Não é, definitivamente, o meu caso.



Adiante. Supergrass, uma das bandas sobreviventes (?) da britpop da nossa adolescência. Não conheci a maior parte das canções, há que dizer, mas os sucessos antigos como o bonitinho "Moving" lá me trouxeram boas recordações.



Chegava a hora da banda da noite: Franz Ferdinand. Eles estiveram cá no ano passado no festival do Sudoeste e fiz a «viagem do demónio», como disse alguém, só para os ir ver. Em Abril deste ano, lá rumei a Madrid muitíssimo bem acompanhada para os voltar a ver ao vivo. Em Paredes a companhia era igualmente boa, mas a comitiva mais reduzida (viagens para outras paragens por parte do resto do gangue oblige) e, dia 2 de Dezembro lá voltarei a picar o ponto, desta feita no Campo Pequeno para a primeira vez em que os Franz se irão apresentar num concerto em nome próprio em Portugal. Não me canso de ver Alex Kapranos e C.ª, que eu cá gosto é de abanar a anca!
Um pedido à EIN, no entanto: tragam por favor os Mando Diao para fazer a primeira parte do concerto, tal como aconteceu no concerto de Madrid que vi. Na véspera do dito, dia 1 de Dezembro (dia tão especial este!), os suecos mais "hot" do momento vão estar a actuar no Razzmatazz, em Barcelona, essa fantástica sala. É um pulinho e não custa nada. Vá Covões, sê um porreiro e faz lá o jeitinho. Agradecida.
O início do concerto dos Franz foi caótico: muito empurrão, muita cotovelada, muita pisadela (aqui a parva achou que nesse dia não precisava das suas velhinhas Doc, que deixou a descansar no hotel, porque era um dia «levezinho» e foi de ténis: erro crasso que não tornei a repetir nos outros dias do festival). Foi de tal ordem o caos, que ainda conservo alguns arranhões nos braços, feitos não sei muito bem como, e uma ou outra nódoa negra nos joelhos. Acabei por perder a companhia no meio da multidão e vi o concerto sozinha, quase sem me poder mexer ou respirar, impossível que era sair de onde estava.
Seguem-se as fotos e o alinhamento do concerto/festa dos Franz Ferdinand em noite muito inspirada e sem os problemas de som que os afectaram no ano passado na Zambujeira do Mar. Um mimo de concerto! E que se lixem os arranhões e as nódoas negras.

Alinhamento (peço desculpa se me esqueci de algum tema, mas no essencial foi isto. A memória não dá para tudo.):

The Dark Of The Matinée;
No You Girls;
Do You Want To;
Turn It On;
Tell Her Tonight;
Can't Stop Feeling;
Take Me Out;
What She Came For;
Michael;
Walk Away;
40 Feet;
Bite Hard;
This Fire;
Outsiders (e um monumental solo de bateria que durou uns 10 minutos, com toda a banda a pegar em baquetas e a fazer o gosto ao dedo, tal como já tinha acontecido em Madrid);

Encore:

Ulysses;
Lucid Dreams (desta vez a parte electrónica da música correu bem melhor, apesar dos necessários ajustes na passagem de álbum para o palco);








Segue-se o compacto do dia mais aguardado.