domingo, 30 de março de 2008

Singularidades lisboetas


As coisas que se descobrem nas ruas da nossa capital, a caminho do Cais do Sodré (ou mais especificamente, do "Jamaica")... Momento digno de foto, claro está. Ei-la.

sábado, 15 de março de 2008

Vícios III

Queens Of The Stone Age - Into The Hollow [Live]

E como não publicar aqui a canção que dá título a este meu blog?
Tentem não sentir um arrepio espinha acima, se conseguirem.

Vícios II

Queens Of The Stone Age - The Bronze
(E quem diria que esta música já tem 10 anos?)

"I've been waiting
Waiting under things
That rise in the morning
I've been holding
Holding back so long
You can own it
Take it off my hands
Do me a favor
Nothin wasted
Just finger fucked and
Busted up all at once

I'm so lost out on the highway
With no direction left to go
Everyday sit up and wonder
Where it was I started from

The more you've found
The less you've been around."

Vícios...

QOTSA, "Infinity" (Live)ou um lado B que não saiu em nenhum álbum não se sabe muito bem porquê

"Got a hole in my head
Everything falls right out
Through my ears, through my eyes
Makes no difference where you are
You wanna know how I do it?
I do it all right

I got a hole and I'll never go home
There ain't nothing can fill it up
I got a hole and I'll never go home
There ain't no one thing

A new road
A new road
You never get right back
A new road
You wanna know how I do it?
I do it all right

I gotta hole and I'll never go home
There ain't nothing that can fill it up
I gotta hole and I'll never go home
There ain't no one thing out there

Not me with a gun to my head
I can let it go
Not me with a gun to my head
I can let it go
So I sing."



sexta-feira, 14 de março de 2008

Lullaby

The Cure - "Lullaby"

The Cure@Pavilhão Atlântico, 8 de Março de 2008






















3 horas! 3! Foi quanto tempo durou o gigantesco concerto dos The Cure no último sábado. 40 músicas, num alinhamento onde não faltaram os sucessos de sempre, os inevitáveis, aqueles que nos fazem lembrar que não vamos para novos e que Mr. Robert Smith já leva quase 50 anos no lombo (lombo esse ligeiramente mais anafado do que aquilo a que estávamos habitados: a idade não perdoa) e 32 de carreira. Por lá se ouviu "Lullaby" (e que bela canção esta! É bem giro poder cantarolar "Spiderman is having me for dinner tonight" sem que ninguém se ria de nós.), "Friday I'm in love", "Just like heaven", "Boys don't cry", "Lovesong", "Pictures of you"... num desfilar praticamente ininterrupto, com um som invulgarmente límpido, tendo em conta que estamos a falar do Pavilhão Atlântico e a voz de Smith a brilhar, sem falhas, durante as 3 horas, compostas também por 3 encores muitíssimo bem recebidos pelo público que esgotou o recinto.
E ficam as fotos, bem como o vídeo de uma das minhas músicas preferidas dos The Cure, "Lullaby". Recordar é viver, já dizia o outro, e das bandas que ouvia na infância esta é das poucas que ainda se ouve com muito prazer.
Sejam muito bem-vindos e voltem sempre, meus senhores. Portugal agradece (ainda que estar 4 horas de pé deixe mossa.

quinta-feira, 6 de março de 2008

O Gosto «à grega» @ Museu Calouste Gulbenkian


O Gosto «à grega». Nascimento do Neoclassicismo em França, 1750-1775


15 de Fevereiro – 4 de Maio de 2008

Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian

A exposição evoca os primeiros vinte e cinco anos da história do Neoclassicismo em França (1750-1775), movimento que se prolongará até meados do século XIX, tal como veio a acontecer por toda a Europa, apoiado no retorno aos modelos artísticos da Antiguidade. A ruptura com o rococó, que se manifestara através dos seus excessos decorativos, das suas assimetrias e sinuosidades no segundo quartel do século XVIII; as descobertas arqueológicas das cidades de Herculano (1738) e Pompeia (1748), totalmente destruídas pela erupção do Vesúvio em 79 d. C.; o papel decisivo de historiadores, coleccionadores e amateurs d’art, foram factores que preconizaram o retorno aos cânones da beleza grega e à simplicidade da Antiguidade Clássica. No caso da França, o gosto «à grega» que se manifesta nas mais diversas expressões da arte bem como da vida quotidiana da segunda metade de Setecentos, acompanha igualmente um retorno ao classicismo que caracterizara o grand genre da época de Luis XIV, considerada então como a idade de ouro das artes e das letras.A mostra salienta no seu percurso três momentos bem definidos:

Os Precursores O papel relevante de uma elite social e intelectual, enquanto precursora da implantação do gosto «à grega»

O predomínio do novo estiloPintura, escultura, gravura e artes decorativas


Traduzido no conjunto de obras, na sua maioria do Palácio de Louveciennes, residência preferida da última favorita de Luís XV. (in http://www.museu.gulbenkian.pt/)


Parece-me uma excelente maneira de passar a próxima tarde de domingo, que se prevê chuvosa, a acreditar nos serviços meteorológicos nacionais. Sobretudo após a ressaca do concerto dos The Cure na noite de sábado e subsequente saída nocturna (espera-se!).

Queens of the Stone Age ao vivo no Razzmatazz, Barcelona, 16/02/2008


Mais uma data da digressão a "Era Vulgaris" a passar-nos (literalmente) ao lado.


Diz o chavão do costume que «se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé». É uma forma muito pouco original de iniciar um artigo para uma banda de excepção como os QOTSA, reconheço, mas perdoem-me o cliché, uma vez que foi mesmo isso que eu e os nossos camaradas de fórum RebornLess, Alcoholocaust e Yeahyeahyeahs fizemos neste fim-de-semana que passou. Tendo em conta que as nossas promotoras não aproveitam o facto de a banda andar em digressão pelo continente europeu, não tivemos outro remédio se não pôr mochila às costas e apanhar o avião rumo à sempre esplendorosa Barcelona. Antes do concerto, uma surpresa bem agradável: Josh Homme a passar (bastante camuflado, todo de preto e capuz) ali mesmo à nossa frente, na fila para levantar os bilhetes, algo só denunciado pela inconfundível franja ruiva que teimou em sair do capuz do casaco. A primeira parte do concerto esteve a cargo dos Biffy Clyro: rock poderoso, com uma actuação suada, de entrega total, a um público que, em parte, os conhecia bastante bem (pelo menos a avaliar pelas filas da frente, onde eu e a RebornLess ficámos). 21:15, 15 minutos antes da hora marcada nos bilhetes, o público grita Queens of the Stone Age e ei-los em palco. Abertura perfeita ao som de “Regular John”(esticada ao máximo, com uma improvisação pelo meio), ou não fosse este um dos melhores temas alguma vez gravados pela banda. Seguiram-se “Avon”, “Do it again” (com direito ao mosh do costume), “Burn the witch” (que mesmo sem Billy Gibbons, soa sempre muito halloweeny), “A Song for the deaf”, “Monsters in the parasol”, “Misfit Love” (bem dirty, como convém), “3’s & 7’s”, “In the fade”, “Turning on the screw”, “Make it wit chu” (sempre em grande, com dedicatória especial “to all the beautiful ladies out here tonight”, dizia Josh), “Hangin’ Tree”, “Little sister” (e o retomar da sessão de empurrões e pisadelas), “Sick, sick, sick”, “Go with the flow” (também dedicado às meninas no público. Homme achou mesmo piada às catalãs, pelos vistos.) e um encore servido ao som de “No one knows” e da já habitual “Song for the dead”. O alinhamento do Razzmatazz foi bem diferente daquele a que assisti juntamente com a RebornLess há dois meses e meio atrás em Londres, na Brixton: qual deles o melhor? Opção mais que difícil, no entanto ficou a faltar “Into the Hollow”, de novo. Ainda assim, a esperança permanece: diz que há um festival em Getafe (perto de Madrid), dias 30 e 31 de Maio, o Electric Festival, em que Queens of the Stone Age, Rage Against the Machine, Serj Tankian, Cavalera Conspiracy, Iggy Pop and the Stooges actuam todos na mesma noite (no dia seguinte são cabeças de cartaz os Metallica e Machine Head). Muito interessante, sem dúvida. Eu e a RebornLess queremos ir. E quanto a vocês, companheiros de viagem nesta aventura por terras da Catalunha? Vamos nessa, Alcoholocaust e Yeahyeahyeahs? Como diriam os próprios Queens, bem como a nossa RebornLess no outro dia, “I know, you know, everybody, everyone, let’s go.”


(Publicado na Blitz online. Para ler a notícia com os respectivos comentários dos users do fórum é favor clicar em: http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/19431)

Queens of the Stone Age ao vivo na Brixton Carling Academy


Josh Homme, Troy Van Leeuwen, Joey Castillo e as mais recentes aquisições, Michael Shuman e Dean Fertita arrasam Londres


Londres, 26 Novembro de 2007


Segunda-feira, noite gelada, sete da noite, uma fila gigantesca à porta da Brixton Carling Academy para o há muito esgotado concerto dos Queens of the Stone Age. À saída do metro de Brixton juntavam-se os candongueiros do costume interpelando quem da estação saía a ver se a noite rendia algumas (muitas) libras. Não deve ter corrido mal, pois alguns minutos depois ainda havia fãs desesperados a perguntar-nos enquanto estávamos na fila para entrar se alguém queria vender o seu bilhete. Pouca sorte. Ninguém caiu na conversa. Mal foram postos à venda em Setembro, os bilhetes esgotaram em poucos minutos, o que não é de espantar, tendo em conta que a Brixton Carling Academy tem capacidade para apenas 4000 espectadores: manifestamente pouco para a legião de fãs dos Queens of the Stone Age na capital inglesa. A primeira parte foi assegurada pelos 80's Matchbox B-Line Disaster. Uma actuação enérgica, completamente alucinada, com o vocalista Guy McNight a saltar do palco por mais do que uma vez e a cantar passeando pelo público, até o cabo do microfone (no qual fiquei a dada altura enrolada, dado que estava bem à frente ao pé das grades) o permitir. Em seguida apagam-se as luzes. Os candeeiros com uma espécie de fios de teias de aranha em cristal iluminam-se e Josh Homme e C.ª dão início a uma actuação irrepreensível de uma hora e meia, abrindo as hostilidades com "Sick Sick Sick". De nada serviram os avisos afixados na sala proibindo o mosh, porque a Brixton veio abaixo logo aos primeiros acordes. Tanto assim foi que me vi obrigada a deixar a sola das minhas Doc marcadas em algumas canelas inglesas para poder ver o concerto em condições. Eu e a nossa colega de fórum RebornLess, companheiras de viagem nesta aventura londrina, lá fomos obrigadas a chegar-nos um pouco para o lado, caso contrário não estávamos aqui a esta hora a contar a história, pelo menos inteiras. Mosh violento em QOTSA: estes ingleses são loucos! Seguiu-se "Do it again", "Avon", "Burn the Witch", "Battery Acid", "Little sister", "Infinity", "No one knows" (com Josh Homme a troçar claramente da proibição de fumar na Brixton, ele que é um fumador inveterado, baralhando a letra da música de "We get some rules to follow, that and this..." para "We get some rules to follow, NO SMOKING!"), "3's & 7's", "In the fade", "Turning on the screw", "Hanging tree", "Make it Wit Chu" (o momento mais calmo da noite, com Josh Homme a dizer para olharmos para a pessoa especial à nossa esquerda), "Misfit Love" ("enough of that lovey-dovey stuff", dizia Homme ao introduzir o tema), "Tangled up in plaid", mais um regresso ao primeiro álbum com o genial "If only", "Feel Good Hit of the Summer", com Homme a fazer um curioso medley desta canção com "Rehab", em homenagem à autora deste último, Amy Winehouse, a senhora que é motivo de notícias nos jornais ingleses dia sim dia sim. A meio da música, e sempre mantendo o ritmo tipicamente QOTSAno desta, Josh Homme interrompe e entoa um swingante: "They tried to make me go to rehab, and I said 'no, no, no'... because that's the kind of guy I am, baby. Rehab? We could hang out on the Thursday, but I'm so busy. I'm so busy with with... nicotine, valium, vicodin, marijuana, ecstasy and alcohol. We could hang out on Friday, but then there's the... C-C-C-C-C-COCAINE!!!" Seguiram-se "You think I ain't worth a dollar, but I feel like a millionaire", "Go with the flow" e "Song for the dead", já no encore. Um grande alinhamento, de facto, mas esperava ouvir "Into the Hollow" que tinha feito parte das setlists dos concertos anteriores, na Alemanha. Em Londres ficou de fora, com muita pena minha. E, já agora, "Era Vulgaris" também teria vindo a calhar, ainda que sem Trent Reznor. Mais um excelente concerto a não passar por Portugal, nem sequer na segunda parte da digressão europeia a "Era Vulgaris", que terá lugar em Fevereiro e Março próximos. Aguardemos Paredes de Coura.