domingo, 18 de abril de 2010

"Diamond Eyes", Deftones


Como é que se sobrevive à quase perda de um baixista, em coma há mais de um ano, ao desinteresse da geração dos late 90s/early 00s, órfã dos resquícios do grunge e do posterior movimento do nu-metal, agora maioritariamente virada para as bandinhas da moda indie? A resposta é: não se sobrevive.
Os Deftones sempre foram, de longe, uma das bandas mais interessantes (se não mesmo a mais interessante) a sair do acima mencionado movimento, a anos-luz de distância das inanidades infantis dos Korn, da pura idiotice dos Limp Bizkit ou devaneios delicodoces dos Incubus. Os Deftones têm um currículo brilhante, com "Adrenaline" (quem não se lembra do velhinho "7 Words", que todos berrávamos a plenos pulmões em discotecas porreiras como o já extinto Rockline ou de "Bored"?), do fantástico "Around the Fur" (que não tem um único tema mau), de "White Pony" (e das novas sonoridades que introduziu, com "Passenger" à cabeça, um dos melhores temas alguma vez gravados pela banda, ao que não é alheia a participação de Maynard James Keenan, dos Tool), de "Deftones", de 2003, ainda e sempre muitos furos acima do que qualquer banda filiada no mesmo género fazia na altura e, finalmente, do mais fraco, mas ainda assim muito aceitável "Saturday Night Wrist".
E depois o vazio. A quase morte de Chi Cheng deixou marcas profundas na banda e o álbum que gravavam na altura, "Eros", foi posto na prateleira até que Chi acordasse do coma. Como tal ainda não aconteceu, os restantes membros resolveram gravar este "Diamond Eyes" com a ajuda de Sergio Vega, dos Quicksand, no baixo.
O resultado está longe de satisfazer os fãs da velha guarda, como eu. É claro que nunca esperei um novo "Around the Fur" ou "White Pony": os tempos são outros, os fãs da banda cresceram e as sonoridades da moda são, hoje, muito mais díspares do que há 10 anos atrás. No entanto, não era disto que estava à espera.
É certo que, ao contrário dos Korn, que aos 40 anos continuam a cantar sobre as agruras da adolescência e os horrores do liceu, a envergar calções largos e ténis, quando já têm mais do que idade para ter juizo, os Deftones têm uma imagem bastante mais sóbria, adulta e tiveram sempre a preocupação de fazer o seu som evoluir, ao invés de a enfiar num buraco estanque, como a banda de Jonathan Davies, convencidos de que o seu público não muda. Os Deftones são, felizmente, mais inteligentes do que isso. O problema aqui é que isso de pouco lhes valeu, pelo menos a avaliar por este "Diamond Eyes". O primeiro single, "Rocket Skates" é, como já o disse antes, mau e deveras imberbe, mas, ao ouvir o resto do álbum, percebo (relativamente) a escolha. É que, em boa verdade, poucas músicas do disco teriam capacidade para ser single, à excepção talvez de "Royal", "CMND/CTRL" ou "Prince" , os melhores temas deste registo. O resto passa sem fazer grande mossa.
"Eros", o álbum «emprateleirado» pela banda, sairá, supostamente, ainda em 2010. Esperemos que seja bem melhor do que isto, se não estamos mal.
Não querendo fazer a crónica de uma morte anunciada de uma banda de que sempre gostei (ou não fosse o meu nickname o que é), mas, a continuar assim, dentro de pouco tempo, os Deftones bem podem encomendar a lápide da banda, tal não é a estagnação criativa.
"Diamond Eyes" é o que "The Resistance", dos Muse e "Scream" de Chris Cornell, foram em 2009 e "Day & Age", dos The Killers, foi em 2008: o disparate musical do ano.
Uma pena.

(Artigo publicado igualmente no fórum da Blitz. Para ler o artigo online, bem como os comentários dos utilizadores do fórum, basta clicar em:
http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/60152

sábado, 17 de abril de 2010

Inquéritos do Inimigo


(Carlos Carvalhal, futuro ex-treinador do Sporting, que pondera tirar um curso de pastelaria fina ou origami no Centro de Emprego)

É viciado em jogar Farmville?

Eu não tenho muito tempo para me dedicar à agricultura virtual, já passo tempo que chegue rodeado de nabos, abrunhos e molhos de brócolos. E dos leitões assados que o Miguel Veloso traz para os treinos.
(In "Inimigo Público", 16/04/2010)

Há que rir destas coisas. Ai Zbórding, Zbórding, que este ano só me deste foi desgostos...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Pois que sejam muito bem-vindos chez moi


O final do mês de Março trouxe consigo ventos de mudança. A partir de então passei a corresponder-me convosco de outras paragens que não o centro de Lisboa, onde vivi muitos anos (10, para ser mais precisa), mas os arredores.
Por isso, assim em jeitos de Ipiranga Style, sejam muito bem-vindos à periferia, à minha nova casa e ao sítio onde vos receberei com muito prazer.

Enfim só.

Wanna come in?

Segundo aniversário


Como péssima «mãe» que sou, esqueci-me de parabenizar convenientemente aqui o meu "Into the Hollow" no passado mês de Março, em que este cumpriu dois anos de existência.
Já lá vão dois anos de inanidades, disparates, viagens, pensamentos e, sobretudo, de muita música.
Espero continuar a dar-vos música por muito mais anos, assim queiram ter a gentileza de por cá ir passando de quando em vez.

Abraço battle axiano