domingo, 2 de agosto de 2009

Festival Paredes de Coura: compacto dia 2 mas que é, na realidade, dia 1


Acabadinha de chegar de Paredes de Coura, cansada p'ra chuchu, mas ainda de férias festivaleiras (que terão continuação mais lá para o fim desta semana, rumo à Zambujeira do Mar para os mui aguardados Faith no More), posta-se em seguida sobre os momentos mais interessantes do referido festival.
Tal como o título deste post enuncia, começo pelo segundo dia «oficial» do festival, já que o primeiro dia, o da já costumeira recepção ao campista, aquele em que chove sempre como se não houvesse amanhã, não contou com a minha presença, pelos motivos que se seguem: não acampei, chuva não é comigo, só parti rumo a Valença no dia seguinte e, francamente, ir para Paredes no dia em que uma bichona vestida de canário (a.k.a. Patrick Wolf) actuava não me parecia uma perspectiva assim tão interessante quanto isso. Pelos vistos, Wolf não se safou mal e o povo festivaleiro divertiu-se horrores a vê-lo, mas yada yada yada, não é a minha onda.
Passando à vaca fria, isto é, ao primeiro dia de festival que interessa: 30 de Julho, dia em que são cabeças-de-cartaz os escoceses Franz Ferdinand.
Entra-se no recinto por volta das 19h e o calor que se faz sentir ainda é muito. Pergunto eu a quem me acompanha, «mas não é suposto o Alto Minho ser frio para catano?», munida que fui de camisola, casaco e lenço de pescoço. Pois é, frio e chuva costumam marcar Paredes, mas este ano S. Pedro até foi amiguinho e deu-nos umas tardes porreiras. As noites eram frias (excepto durante o concerto de Nine Inch Nails em que devo ter perdido para aí um quilo e em que despi todos os agasalhos que tinha levado, restando só a t-shirt, de NIN, claro está, e os pulos e êxtase foram de tal ordem que terminei o concerto a abanar-me como se estivessem 45º à sombra), por vezes geladas mesmo, mas quem corre por gosto não cansa e a música ainda é das poucas alegrias que a vida vai trazendo.
Os concertos começam muito pontualmente às 19h, neste dia da minha estreia em terras do rio Coura, com os Temper Trap.



Não os achei muito entusiasmantes, mas e daí, sempre fui avessa a "hypes" de veraneio.
Next: The Pains of being Pure at Heart. Mais uma banda, mais um "hype": Paredes de Coura é afamado por descobrir talentos que se vêm a revelar mais tarde apostas seguras. Foi assim com os Arcade Fire em 2005. Diz-se que esta será talvez a revelação de 2009. Pode ser que sim, pode ser que não, que eu cá não faço futurologia, mas não faz o meu género. Desculpa lá, C. Para compensar, toma lá fotos que tirei à banda e não digas que vais daqui.





Terceira banda do dia: The Horrors. Vieram substituir os The Rascals, que desconheço igualmente (a onda "indie" passa-me um bocado ao lado). O vocalista é assim uma espécie de Bruno Nogueira (a sério, as parecenças existem) num dia em que o cabelo não viu pente e o resto da banda vai ao mesmo cabeleireiro. O som não é nada de especial, chega mesmo, a espaços, a ser uma grande chatice, afianço eu, mas a moça à minha frente, moça essa com uns bons quilos a mais, abana-se qual Shakira em onda gótica (ainda levei umas quantas cuzadas) e grita histericamente que nem uma sirene dos bombeiros a cada início de música (e fim e meio...): o verdadeiro pavor. Pelos vistos há malta que vibra a sério com os The Horrors. Não é, definitivamente, o meu caso.



Adiante. Supergrass, uma das bandas sobreviventes (?) da britpop da nossa adolescência. Não conheci a maior parte das canções, há que dizer, mas os sucessos antigos como o bonitinho "Moving" lá me trouxeram boas recordações.



Chegava a hora da banda da noite: Franz Ferdinand. Eles estiveram cá no ano passado no festival do Sudoeste e fiz a «viagem do demónio», como disse alguém, só para os ir ver. Em Abril deste ano, lá rumei a Madrid muitíssimo bem acompanhada para os voltar a ver ao vivo. Em Paredes a companhia era igualmente boa, mas a comitiva mais reduzida (viagens para outras paragens por parte do resto do gangue oblige) e, dia 2 de Dezembro lá voltarei a picar o ponto, desta feita no Campo Pequeno para a primeira vez em que os Franz se irão apresentar num concerto em nome próprio em Portugal. Não me canso de ver Alex Kapranos e C.ª, que eu cá gosto é de abanar a anca!
Um pedido à EIN, no entanto: tragam por favor os Mando Diao para fazer a primeira parte do concerto, tal como aconteceu no concerto de Madrid que vi. Na véspera do dito, dia 1 de Dezembro (dia tão especial este!), os suecos mais "hot" do momento vão estar a actuar no Razzmatazz, em Barcelona, essa fantástica sala. É um pulinho e não custa nada. Vá Covões, sê um porreiro e faz lá o jeitinho. Agradecida.
O início do concerto dos Franz foi caótico: muito empurrão, muita cotovelada, muita pisadela (aqui a parva achou que nesse dia não precisava das suas velhinhas Doc, que deixou a descansar no hotel, porque era um dia «levezinho» e foi de ténis: erro crasso que não tornei a repetir nos outros dias do festival). Foi de tal ordem o caos, que ainda conservo alguns arranhões nos braços, feitos não sei muito bem como, e uma ou outra nódoa negra nos joelhos. Acabei por perder a companhia no meio da multidão e vi o concerto sozinha, quase sem me poder mexer ou respirar, impossível que era sair de onde estava.
Seguem-se as fotos e o alinhamento do concerto/festa dos Franz Ferdinand em noite muito inspirada e sem os problemas de som que os afectaram no ano passado na Zambujeira do Mar. Um mimo de concerto! E que se lixem os arranhões e as nódoas negras.

Alinhamento (peço desculpa se me esqueci de algum tema, mas no essencial foi isto. A memória não dá para tudo.):

The Dark Of The Matinée;
No You Girls;
Do You Want To;
Turn It On;
Tell Her Tonight;
Can't Stop Feeling;
Take Me Out;
What She Came For;
Michael;
Walk Away;
40 Feet;
Bite Hard;
This Fire;
Outsiders (e um monumental solo de bateria que durou uns 10 minutos, com toda a banda a pegar em baquetas e a fazer o gosto ao dedo, tal como já tinha acontecido em Madrid);

Encore:

Ulysses;
Lucid Dreams (desta vez a parte electrónica da música correu bem melhor, apesar dos necessários ajustes na passagem de álbum para o palco);








Segue-se o compacto do dia mais aguardado.

2 comentários:

Miss-I-Am-Free-Because-I-Belong-Nowhere disse...

Muito bem, já começas a derramar a tinta desse «mega» festival! :D Pena, muita pena, por não te ter acompanhado nessa loucura de concerto de Franz Ferdinand, tal como sucedeu em Madrid, mas lá estaremos dia 2 de Dezembro para festejar um grande dia :D. Vá fico à espera desse compacto do dia mais aguardado e que o Trent não deixou passar na rádio...mauzinho, o rapaz! :p

Battle Axe disse...

Foi mesmo sacanita o Trent, ao não deixar passar o concerto na Antena 3, sem ouvir as músicas antes. Deve ser uma questão de perfeccionismo, achámos nós na altura. Uma pena!
Pois é, dia 2 de Dezembro lá estaremos! :-D Ainda vou pedir ao Kapranos para me cantar os parabéns, mesmo com um dia de atraso: eheheheh! Isso é que era!