domingo, 26 de julho de 2009

Alive 2009 - Compacto dia 3

Finalmente chegamos ao terceiro e último dia do festival, coincidentemente o dia mais fraco em termos de cartaz, ou, como disse aos amigos com quem estava, o dia em que estava ali para encher chouriço.



Não começou mal a tarde na tenda do Palco Super Bock, com os X-Wife. Muito bom concerto o dos portuenses, bem mais interessante do que ir para o palco principal ver Boss AC, digo eu. João Vieira, a.k.a. DJ Kitten, é um entertainer incansável, sempre a puxar pelo público, além de que é giro que se farta, o que também ajuda. Mais tarde, durante o concerto da Dave Matthews Band, João Vieira actuou no palco Optimus discos como DJ Kitten, mas isso já não fui ver, primeiro porque não sou propriamente fã de música electrónica e segundo porque já sabia que não ia assistir à actuação completa.
Como Chris Cornell só começava a tocar já perto das 20h havia que, lá está, encher chouriço durante um par de horas: foi assim que fui espreitar o concerto de um dos grandes hypes do momento, os A Silent Film, que, tal como quase todos os grandes hypes Blitzianos/festivaleiros é uma enormíssima desilusão. Uma estopada. Ainda ouvi algumas músicas só para não parecer mal, mas que perda de tempo... O merchadising do festival tornou-se, de repente, muito atractivo: valia tudo para não estar a levar com aqueles britânicos enjoadinhos que, tal como todos os outros, hão-de ser levados ao colo pela imprensa dita «da especialidade». Que os pape quem quiser, porque eu não estou para isso.



Em seguida, Los Campesinos! e aqui não me vou esticar muito com comentários porque temo que alguém deixe de me falar. Agora a sério, pronto, não é a minha onda, mas há que reconhecer que são uns putos (e quando digo putos é mesmo esse o termo, duvido que algum dos membros da banda tenha idade para conduzir, votar ou sequer beber, o que não deixa de ser curioso, uma vez que são eles que emprestam um dos seus temas ao mais recente anúncio televisivo da Super Bock) muito simpáticos e a piadola ao Cristiano Ronaldo caiu bem. O prémio empatia com o público e simpatia é deles. Ainda os vi durante um bom bocado, até ser chegada a hora de reviver a adolescência a ver Chris Cornell.






Foi um concerto algo bizarro. Não me ocorre outra expressão melhor para o descrever, já que eu, pessoalmente, estava ali para ouvir os temas mais antigos, de Soundgarden e também de Audioslave, que Cornell inclui sempre nos seus alinhamentos. Quanto aos temas do recém-lançado "Scream", que classifiquei há alguns meses atrás neste mesmíssimo blog como o pior álbum do ano so far (meses passados e ainda nenhum álbum de banda que aprecie me fez contradizer o que escrevi na altura), recebi-os com a maior das indiferenças e com alguma vergonha alheia, devo confessar. A vontade de dizer «Deixa-te lá de tretas e toca mas é o que interessa» era muita. Lá tivemos que levar com 2 ou 3 músicas novas, o tema de James Bond, "You know my name", também ele bastante fraquito, mas muito repertório de Soundgarden e Audioslave, para salvar o dia.
Ouviu-se "Outshined" (canção que adoro), "Spoonman" (e a falta que a bateria de Matt Cameron fez neste tema foi muita. Aquele solo gigantesco de bateria sem a arte de Cameron não é, nem de perto nem de longe, o mesmo), "Black Hole Sun", "Let me Drown" e "Rusty Cage" fizeram apertar o coração de saudades dos velhinhos Soudgarden e desejar uma digressão de regresso semelhante à que os Faith no More agora empreendem.
"Show me how to live" e "Cochise" recordaram o passado mais recente dos Audioslave.
De seguida actuavam os Black Eyed Peas, por isso havia que fugir a sete pés do palco principal e procurar uma tenda com vistas mais interessantes: o Palco Optimus, com Jel e os seus Homens da Luta.



«E o povo, pá? E o povo, pá? E o povo, pá? Quer dinheiro para comprar um carro novo! Tiriririririririri Tiriririririririri!» De escangalhar a rir.
E chegava a hora de actuar nesse mesmo palco a DJ Sofia M. Nunca tinha ouvido falar na senhora, mas que ela percebe disto lá isso percebe. Grande som! Muito rock e alguma pop, como convinha, para abanar a anca antes de ir levar com 3 horas de concerto da Dave Matthews Band.
Não publico fotos do concerto de Dave Matthews, primeiro porque não ficaram grande coisa e depois porque, como não aprecio, pirei-me a meio do concerto. Quem ficou diz que foi giro e tal, não sei quantos encores, mas acho-os muito chatinhos. Tocam bem e são muito competentes e simpáticos, valha-lhes isso, têm uma legião de fãs em Portugal que não supunha tão grande, mas a mim não me dizem nada, por isso fica o meu rescaldo festivaleiro feito.
Parafraseando o folheto informativo distribuído à entrada do festival, com os horários de actuação das bandas, este que foi o festival "indie" (palavra repetida até à exaustão no dito folheto) do ano. Um absurdo a quantidade de vezes que a palavra "indie" era utilizada para designar as bandas que lá iam tocar, como se isso fosse sinal da qualidade das mesmas ou sequer algo bom. Vá-se lá entender os critérios desta malta que escreve este tipo de asneiras. Dá a sensação que quem os fez é algum caloiro do curso de Comunicação Social, deslumbrado com o fantástico mundo do "showbizz". Haja paciência!

Saldo final: muito positivo, apesar dos tropeções EINeiros do costume.
Até para o ano, mas desta vez noutro recinto.

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