sábado, 7 de março de 2009

The Reader - O Leitor


Já vem um bocadinho ao retardador, é certo, mas o filme que deu (finalmente) o Oscar de Melhor Actriz a Kate Winslet ao fim de quinhentas nomeações (foram seis, just kidding!) não podia passar em branco aqui no Into the Hollow. Ainda não vi o trabalho das outras nomeadas, Jolie, Hathaway, Streep (para quem ser nomeada já é tão normal como mudar de calças) e Leo, mas há que dizer que foi muito bem entregue.
A história de Hanna Schmitz, uma «pica» da rede de eléctricos berlinense dos anos 60, que tem um caso com um miúdo de 15 anos, Michael, não deve ter sido nada fácil de interpretar, sobretudo se atentarmos ao facto de Winslet passar mais de metade do filme nua. Três anos depois, já com o romance desfeito, Michael é um caloiro de Direito, cujo professor leva a assistir aos julgamentos de antigas guardas prisionais pertencentes às SS e é lá, em pleno tribunal, que reencontra Hanna, presa por crimes contra a humanidade e por ter deixado 300 mulheres judias morrer queimadas numa igreja para que estas não fugissem ao seu controlo. O que Michael nunca percebera antes é que o facto de a antiga amante lhe pedir insistentemente para ler em voz alta para ela enquanto estavam juntos se devia à sua condição de analfabeta, motivo pelo qual a incriminatória declaração de tortura apresentada em tribunal supostamente escrita por Hanna nunca poderia tê-lo sido, o que lhe valerá uma pena de prisão perpétua enquanto que às ex-colegas de trabalho, cientes da sua fraqueza, dá apenas pouco mais de quatro anos de cadeia.
Quase trinta anos mais tarde, Michael é um advogado de sucesso e Hanna, já idosa, aproxima-se da altura de ser libertada (a perpétua afinal não o é) e começa a receber as cassetes por este enviadas, com leituras dos livros que Michael lhe lia quando estavam juntos. Animada pelas lembranças, Hanna ensina-se a si própria a ler e escrever, com a ajuda das cassetes que vai recebendo, associando os sons que ouve às palavras dos livros que encontra na biblioteca da prisão. O final é, como se pode supor da história do livro de Bernhard Schlink, pouco animador, mas o resultado é de grande beleza. Magnífico.

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