sábado, 17 de janeiro de 2009

2008 em sons







/>


Muitos escolhem 10, 20 ou mais álbuns do ano e publicam as suas escolhas. Eu sou um bocado mais básica e como tempo é coisa que me escasseia até para as actividades mais quotidianas, como dormir e assim, limito-me a debitar uma meia dúzia ou pouco mais de álbuns que me marcaram no ano que passou, com um óbvio número um, "The Slip" dos Nine Inch Nails. Quanto aos outros, não consigo decidir a posição nesta espécie de top battle_axiano, por isso aqui vão sem qualquer ordem em especial:

1 - "The Slip", Nine Inch Nails (destacadíssimo, claro está). Acho que nem preciso de explicar porquê. Trent Reznor é Deus. Ponto final.

- "Ghosts I-IV", Nine Inch Nails. Pelo mesmo motivo do anterior.

- "Modern Guilt", Beck. Grande álbum do meu californiano loiro preferido, cuja crítica já tinha aqui postado. Ainda bem que o passado "Princesco" de "Midnight Vultures" está definitivamente morto e enterrado. "Guero" já era um álbum brutal e "The Information" também tem pontos muito altos ("Nausea" à cabeça), mas "Modern Guilt" é na mouche.

- "Death Magnetic", Metallica. Já aqui tinha feito a crítica aquando do seu lançamento. Os dois concertos a que tive oportunidade de assistir em 2008 destes Four Horsemen foram a prova de que eles estão aí para lavar e durar. A 31 de Maio deram um concerto nada menos que memorável no Getafe Electric Weekend, em Madrid e, 5 dias depois, repetiam a façanha no Rock in Rio, em Lisboa. Felizmente estive presente nos dois. Pena foi que, à data, "Death Magnetic" ainda não tivesse sido lançado e nenhum dos novos temas foi, por esse motivo, tocado. "Are you with Metallica?" repete sempre James Hetfield em todos os concertos lusos. Apetece dizer: Hell yeah!

- "Dig, Lazarus, Dig!", Nick Cave & The Bad Seeds. Grande álbum de regresso e um concerto a condizer, no passado mês de Abril no Coliseu dos Recreios. Piquei o ponto, claro está, e ficou-me na retina um dos melhores concertos do ano.

- "Saturnalia", The Gutter Twins. Mark Lanegan e Greg Dulli a lançarem o registo inicial de uma banda que se espera esteja para durar, ao contrário dos anteriores projectos de Dulli. À falta das habituais colaborações com os Queens of the Stone Age, «A voz» dá um ar de sua graça e mostra que há vida em Lanegan, ainda que os QOTSA não tenham lançado nenhum álbum este ano. "Saturnalia" está cheio de boas letras e foi o mote para um concerto no Santiago Alquimista já aqui por mim descrito no blog, no passado mês de Setembro. Dizer que foi muito bom é pouco.
Também de Mark Lanegan e Isobel Campbell surgiu-nos este ano "Sunday at Devil Dirt". Não é tanto o meu estilo, mas merece destaque.

- "Conquer", Soulfly. O regresso de Max Cavalera, que tive oportunidade de rever este ano também no Getafe Electric Weekend, mas com os Cavalera Conspiracy. O bilhete para o Coliseu para ouvir os novos temas a 16 de Fevereiro já está comprado há muito, agora é aguardar pelo furacão sonoro que se adivinha.

- "Canção ao Lado", Deolinda. Pelo divertido da coisa. É bem-dispostinho, regateiro q.b. e quem nunca encheu o peito a entoar «Movimento Perpétuo Associativo» nem esboçou um sorriso a ouvir «Fon Fon Fon» não é filho de boa gente.

- Desilusão do ano: "Day & Age", The Killers. Um álbum tão mau, mas tão mau que até dói. Para ouvir uma vez e esquecer bem depressa. Foi o que eu fiz. Se "Sam's Town" já era para lá de fraco (salvava-se "Read my mind" só), este consegue o difícil feito de ser ainda pior. O refrão do single de apresentação, "Humans", arrisca-se seriamente a ficar na história como um dos mais risíveis e estapafúrdios de sempre. "Are we humans or are we dancers?": amiguinhos, onde é que vocês estavam com a cabeça? Saudosos tempos os de "Hot Fuss". Nem o facto do paranóico (e Mórmon) Brandon Flowers ter um palminho de cara os salva. Para enterrar bem fundo no baú das aberrações de 2008. R.I.P.

Outros haveria, com certeza, mas, de momento, é o que me surge. Sou gaja para me lembrar daqui a bocado de mais uns quantos.
Reclamações e sugestões, como sempre, é aqui em baixo: largai vossas postas de pescada e dizei de vossa justiça.

Sem comentários: