quinta-feira, 24 de setembro de 2009

«A Filosofia com Humor. Um Percurso pela História do Pensamento nos Ditos dos Grandes Filósofos» - Pedro González Calero


«Quando um solteiro consultou Sócrates [N.E.:o filósofo, não o nosso 1.º, obviamente. Estamos em campanha eleitoral, mas não exageremos, sim? O Hollow não se mete cá nessas vidas.] sobre o que fazer, se haveria de se casar ou de permanecer solteiro, Sócrates aconselhou-o:
- Faças o que fizeres, vais arrepender-te.»
[...]
«Quando um mercador abastado pediu a Aristipo que se encarregasse da educação do seu filho, este pediu-lhe como pagamento 500 dracmas, uma quantia que pareceu ao outro exagerada.
- Por esse dinheiro podia comprar um bom burro - disse-lhe.
E Aristipo respondeu:
- Podes fazê-lo: assim ficas com dois burros em casa.»
[...]
«Aristipo dispôs que na lápide do seu sepulcro se gravasse a seguinte inscrição:
Aqui repousa quem vos aguarda.»
[...}
«Numa festa a que assistia, alguém lhe disse:
- Porque não nos cantas algo, Antístenes?
E ele replicou:
- E tu, porque não me tocas a flauta?»
[...]
«Segundo a lenda, Alexandre Magno tinha ouvido falar de Diógenes e admirava-o muito. Um dia, apresentou-se perante ele e disse:
- Eu sou Alexandre, o grande rei.
- Pois eu sou Diógenes, o grande cão.
Quando Alexandre lhe perguntou por que razão lhe chamavam assim, Diógenes respondeu:
- Porque adulo os que dão, ladro aos que não dão e mordo aos que são maus.
Parece que Alexandre ficou impressionado com Diógenes e lhe disse que poderia pedir o que quisesse, que ele lho concederia.
E Diógenes pediu-lhe:
- O que quero é que te afastes, porque me estás a tapar o sol.»
[...]
«Ao saber que um tal Dídimo (tradução: testículo) fora surpreendido em adultério, sentenciou [Diógenes]:
- Dídimo merece ser tratado pelo nome.»
[...]
«A uma pessoa que ia atrás dele e lhe acertou sem querer com uma tábua que transportava e lhe disse: Cuidado!, Diógenes retorquiu:
- Porquê? Vais dar-me outra vez com ela?»
[...]
Diógenes foi feito prisioneiro e posto à venda como escravo. Quando o pregoeiro lhe perguntou o que sabia fazer: ele respondeu:
- Sei mandar. Vê se alguém quer comprar um amo.
[...]
«Metelo Nepote, um aristocrata que desprezava Cícero pela sua origem plebeia, perguntou-lhe repetidamente durante um debate:
- Mas tu, quem crês tu que és? Quem era o teu pai?
E Cícero respondeu-lhe:
Por culpa da tua mãe, essa pergunta é difícil de responder.»

Ora cá está um livro que ando a ler há mais tempo do que tenho coragem de admitir (falta de tempo, sempre essa malvada), divertidíssimo e merecedor de uma passagem pela FNAC, para quem se interessar pelo assunto e que, tal como eu, odiava as aulas de Filosofia do secundário, ainda que tenha interesse pelo assunto. Fossem todos os professores de Filosofia assim e as coisas teriam corrido bem melhor.


A Filosofia com Humor. Um Percurso pela História do Pensamento nos Ditos dos Grandes Filósofos, Pedro González Calero, Planeta Manuscrito, 2009.

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