quarta-feira, 6 de maio de 2009

P.J. Harvey & John Parish @ Casa da Música, Porto, 02/05/2009



Sábado, 2 de Maio: noite P.J. Harvey e John Parish, no Porto.
Depois de dois dias seguidos a caminhar pelas ruas da belíssima cidade do Porto, ao sol (o escaldão nos meus ombros é disso prova), a apreciar vistas, jardins, o rio Douro, concertos em FNACs e no sempre muito recomendável «O Meu Mercedes é Maior que o Teu», eis que chega o momento principal da minha rumagem a norte nos 3 dias do fim-de-semana feriadeiro passado.
A Casa da Música já conhecia por dentro e por fora, mas ainda não tinha tido oportunidade de assistir a nenhum concerto na dita, apesar de já o desejar há anos. Oportunidade perfeita esta e, diga-se, estreia imbatível: dificilmente poderia ter sido melhor.
Antes do concerto, jantar no Bar dos Artistas da Casa da Música e a grata supresa de descobrir lá igualmente a jantar nada mais nada menos que... John Parish himself! Ali, misturadinho com o povo, na mesa bem atrás da minha e, depois, na fila dos cafés... Um gajo simples, portanto. Até deu autógrafos e tirou fotos com quem pediu, apesar de o restaurante estar quase vazio, para sorte nossa.
22:30: Os altifalantes anunciam que o espectáculo vai começar. «É favor dirigirem-se para a Sala Guilhermina Suggia os espectadores que vão assistir ao concerto de P.J. Harvey e John Parish.» De referir que a sala é minúscula, não levando mais do que 800 ou 1000 pessoas, se tanto. Não admira que os bilhetes tivessem esgotado em breves minutos e tanta gente se tenha esgatanhado para os conseguir.
Lá fora a candonga ia fazendo pela vida: ouviu-se falar em €100/150 por bilhete. Um fã desesperado tenta comprar o nosso bilhete: no way. Não há cá pão para malucos. NÓS VAMOS!
Nas filas da frente, sentadinha em poltronas ultra-confortáveis, daquelas cujos assentos até se chegam à frente com um ligeiro toque de rabiosque (o norte é muito à frente, canudo!) da Sala Guilhermina Suggia ouço outra voz feminina anunciar aos altifalantes que é expressamente proibido filmar ou fotografar qualquer parte do espectáculo. Os seguranças colados à parede não dão azo a que se desafie a interdição. Raios partam, penso eu de máquinha fotográfica na mão. Estou mesmo aqui quase colada ao palco, num sítio estratégico e não posso fazer o gosto ao dedo? Damn!
A foto do post foi, obviamente, gamada à descaradona à Blitz. Foi o que se pôde arranjar.
Aqui não há ladies first, quem entra em palco primeiro são os músicos da banda e John Parish, desta feita já com o habitual chapéu (que uma hora antes no restaurante não apresentava) a compor o trajo. No final, a diva Polly Jean. De vestido preto, igual ao envergado no vídeo de "Black-Hearted Love", misto de menina angelical que nos sussurra doces palavras ao ouvido e mulher demoníaca, capaz do mais gutural grito arrancado das profundezas do seu esquelético corpo, pequenina, descalça, arrasa-nos os sentidos durante 1 hora e meia. A voz é perfeita, o som não desilude, a sala é, de facto, ideal para um concerto destes, que me perdoem os muitos milhares de fãs que ficaram de fora.
O alinhamento inicia-se com "Black-Hearted Love", seguido de "Sixteen, Fifteen, Fourteen", "Rope Bridge", "Urn With Dead Flowers in a Drained Pool", "Civil War Correspondent", "The Soldier", "Taut", "Un Cercle Autour du Soleil", "The Chair", "Leaving California", "A Woman A Man Walked By", "The Crow Knows Where All The Little Children Go", "Passionless, Pointless", "Cracks In The Canvas", "Pig Will Not". O curto encore teve duas canções: "False Fire", lado B do single de apresentação, cantado por John Parish (um grande tema, na minha opinião), com P.J. nos coros e "April" a encerrar a noite.
A seguir, a noite era de Clubbing Optimus pelos corredores e salas do edifício da Casa da Música até de madrugada. Havia mais concertos (desta vez grátis) e muito boa música passada pelo DJ de serviço.
Just a perfect night.

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