sábado, 9 de maio de 2009

Mastodon - "Crack the Skye"


Já foi lançado há mais de um mês, mas só agora confesso estar a dar a devida atenção a este "Crack the Skye", quarto álbum de estúdio dos Mastodon (excluindo, claro está, os diversos EPs que gravaram). A opção de trabalhar com um produtor mais "mainstream" como Brendan O'Brien (que produziu Pearl Jam, Bruce Springsteen, Soundgarden ou Korn, por exemplo) tornou, na minha opinião, o álbum mais acessível que o anterior "Blood Mountain", que incluía a participação de Josh Homme no fantástico "Colony of Birchmen", bem como numa muito divertida faixa extra feita em estilo de carta, cuja audição recomendo (para quem tem a edição com a dita faixa escondida). Um muito obrigado a ti, M., por ma teres enviado, já que a minha edição do álbum não a incluía.
Canções propriamente ditas são só sete, mas "The Last Baron" tem 13 minutos e "The Czar: Usurper/Escape/Martyr/Spiral" perto de 11, além do que o CD inclui todas as versões instrumentais das músicas do álbum e ainda uma versão ao vivo de "Oblivion". Não é um álbum tão curto quanto poderia parecer.
"Oblivion" dá início à viagem pelo já conhecido metal cheio de variações de ritmo e guitarradas épicas da banda de Troy Sanders e Brett Hinds. Grande tema de abertura! É um início e tanto e a continuação não desilude.
Confesso que da primeira vez que os vi, na primeira parte dos Tool, no Pavilhão Atlântico, em Novembro de 2006, não lhes achei graça por aí além. Estava lá mesmo era por Tool e aqueles quatro gajos a fazerem barulho e a berrar ao microfone na altura soaram-me chatinhos. Em 2007 voltei a vê-los no Super Bock Super Rock, na noite dos Metallica e a coisa já correu bem melhor: gostei do que vi. Este ano voltamos a ter a visita dos Mastodon, novamente a tocar no dia de Metallica, mas no Alive. E agora voltar a vê-los é uma perspectiva cada vez mais aliciante, mercê deste grandessíssimo e poderosíssimo "Crack the Skye".
"Divinations" é outra canção com tudo no sítio, cujo início quase se assemelha a uma cavalgada: está mesmo à espera de ser tocada ao vivo, com muito "mosh" à mistura. (O.k., tenho de me lembrar de não ir para as filas da frente desta vez...)
E chegamos à minha preferida: "Quintessence". Que música do catano! Desafio-vos a ouvi-la sem passado meia dúzia de segundos de audição do refrão não estarem a berrar "Let it go, let it go, let it go, let it go, let it go! Calling reason, finding you, these wild hearts run, even deeper, burning through, these wild hearts run." Um portento.
"The Czar: Usurper/Escape/Martyr/Spiral" é o tema aparentemente mais dolente do álbum, mas que a meio (ou seja, aos 7 minutos) se transforma numa guitarrada capaz de acordar um morto, voltando no fim à dolência inicial.
Segue-se "Ghost of Karelia" e o tema-título, "Crack the Skye", mais um épico, alternando entre as vocalizações gritadas e os coros cantados, com guitarras mais arrastadas.
A encerrar, "The Last Baron", na mesma onda do tema anterior, mas com constantes variações de ritmo e uma letra muito forte (e gigantesca, diga-se de passagem!).
Aos Mastodon colam-se os rótulos de sludge metal, post-hardcore, alternative metal e outros que tais, mas como isso a mim diz-me muito pouco, limito-me a classificar este álbum como um excelente álbum de rock/metal. O Windows Media Player, esse grande palerma, classifica este "Crack the Skye" com 3,5 estrelas. Eu dou-lhe 5, até porque sou uma gaja que geralmente discorda do WMP.
Dia 9 de Julho lá estaremos. Bem-vindos sejam!

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