sábado, 7 de fevereiro de 2009

"Revolutionary Road"



2.º filme da mini-maratona de sábado passado: "Revolutionary Road", de Sam Mendes.
"Revolutionary Road" passa-se no período do pós-II Guerra Mundial, a geração dos "baby boomers". Frank e April Wheeler são um jovem casal igual a tantos outros a quem a vida traiu. Conhecem-se numa festa, ela acabada de se formar em teatro e ele regressado de Paris, da guerra, onde combatera nas forças aliadas. Têm sonhos, ambições, dizem-se «diferentes» dos outros, mas, anos mais tarde, casados e com dois filhos percebem que são apenas mais do mesmo. April, actriz frustrada de peças medíocres de província e Frank, empregado de escritório numa empresa onde o pai trabalhara, sem pretensões de maior que não fossem sustentar a família e manter a confortável vidinha de subúrbios que leva, na tal Revolutionary Road. Mas a resignação tem um preço. Frank começa a trair a mulher com uma das secretárias da empresa e April, desconhecendo o facto, começa a planear uma reviravolta na vida do casal. Vão mudar-se para Paris, um sonho antigo de Frank. Ultrapassadas as reservas iniciais, planeia-se a mudança. Eis se não quando, Frank acerta no jackpot no trabalho e, de uma simples divagação momentânea resulta o slogan perfeito para uma campanha da empresa. O emprego em risco deixa subitamente de o estar e é-lhe oferecida uma choruda promoção. De repente, os sonhos antigos parecem perder a importância. Para piorar as coisas, April descobre que está grávida. E agora? Prossegue-se com a vida idealizada em Paris ou continua-se no rame-rame do costume, mas desta vez com mais dólares?
"Revolutionary Road" é tudo aquilo que não queremos que a nossa vida seja mas em que, inevitavelmente, esta se transforma. Não há como fugir-lhe. Apenas nos resta esperar que o nosso fim não seja tão trágico como o do filme.

2 comentários:

SK disse...

Das obras mais emocionalmente violentas que pude ver em muito tempo. A cena da mancha vermelha à janla é particulamente inspirada, e a própria trilha de som é assombrosa.
Mas como fã de Sam Mendes, foi mais uma viagem na sua batuta. :)

Battle Axe disse...

Essa cena é particularmente marcante, de facto. É impossível não nos identificarmos, nem que seja em pequena medida, com a vida de Frank e April, até porque a história não se limita a um «antes», aplica-se a um «aqui e agora». É um filme belíssimo.
Muito obrigada pela visita ao meu cantinho blogueiro, leitor desconhecido.
Abraço*