sábado, 13 de setembro de 2008

Metallica - "Death Magnetic"

Saiu ontem o muito aguardado e adiado "Death Magnetic", dos Metallica. Após duas digressões que passaram por Lisboa (na edição do Super Bock Super Rock de 2007 e no Rock in Rio deste ano) sem que houvesse álbum novo para apresentar, chega-nos o regresso à boa forma dos californianos vulgarmente (re)conhecidos como a maior banda de metal do mundo.
As expectativas não podiam deixar de ser elevadas ou não fosse o anterior St. Anger, de 2003, um álbum relativamente fraco, assaz criticado pelos fãs de velha guarda da banda, os mesmos que os acusaram de se terem vendido ao mainstream aquando do lançamento de "Load" e Reload" e dos cortes de cabelo e uso de maquilhagem a eles associados (oh, sim, Kirk Hammet, o lápis preto nos olhos não nos passou despercebido!).
Nota-se em "Death Magnetic" uma vontade de regresso ao passado, aos anos 80 e princípio de 90, porventura a época dourada e a mais amada pelos «Mettalicos» mundo fora.
O trio de ataque do álbum é, curiosamente (na minha opinião) constituído pelas primeiras três músicas do alinhamento. O pulsar cardíaco que dá início a "That was just your life", uma das minhas preferidas até agora (só comecei a ouvir o CD ontem, no dia de lançamento, por isso como devem calcular ainda não está devidamente entranhado, apesar de hoje o ter ouvido várias vezes) desenrola depois numa grande malha. Uma malha à la Metallica, tal como o são "The End of the Line" ("Drop the hourglass of time/ Spinning sand we will not find/ As we gather here today/ We bid farewell/ The slave becomes the master/ The slave becomes the master The slave becomes the master/ The slave becomes the master"), com alguns ecos óbvios a "Master of Puppets" e "Broken, Beat & Scarred", com muitas variações de ritmo e uma guitarrada que se nos cola aos ouvidos, assim como o refrão, que nos leva inevitavelmente a berrar a plenos pulmões (eu faço-o, pelo menos): "SHOW YOUR SCARS! Breaking your life, broken beat & scarred. WE DIE HARD!". Segue-se o single de apresentação e slow da ordem, "The day that never comes", a soar à fase "Black Album"/"Metallica" de 1991, de longe o maior sucesso que a banda alguma vez teve e que, na qualidade de tema de apresentação, segue a onda de todos os singles de apresentação das bandas que ouvimos: nunca é o melhor tema do álbum, sendo que a nossa preferida é invariavelmente outra música que acaba sempre por nem se tornar em posterior single. "All nightmare long", um portento com laivos de trash cuja duração se aproxima dos 8 minutos é a estocada que se segue, logo antes de "Cyanide". E assim chegamos a "Unforgiven III" e ao seu pianinho inicial. O.k., amigos, já percebemos que os Metallica querem esquecer e enterrar bem fundo a fase "Load"+"Reload" e voltar aos bons velhos tempos de "Black Album"/"Metallica" (escolham a designação, que não é consensual), mas também não havia necessidade de repescar uma canção que já não é boa de origem (confesso, não sou fã do "The Unforgiven" original e a sobreexposição da dita convenhamos que não ajuda), voltar a pegar nela em "Reload" para fazer um "The Unforgiven II" fraquíssimo e, 17 anos volvidos do original, fazer ainda uma terceira tentativa. Já chega, não? Não havia necessidade. Se não resulta da primeira vez dificilmente resultará fazendo uma trilogia, digo eu... But that's just me!
"The Judas Kiss", "Suicide & Redemption", com um Robert Trujillo em grande, a exibir uma linha de baixo fenomenal, ele que, desta feita, até teve direito a fazer parte da lista de compositores do álbum, geralmente dominada por James Hetfield e Lars Ullrich, e que bom é ver isso. Já não era sem tempo de o ex-Suicidal Tendencies deixar de ser visto como um mero tarefeiro dos Metallica e passar a ser reconhecido como um membro da banda de pleno direito. Ainda assim, não é dos temas mais fortes de "Death Magnetic" e os 10 minutos que dura também não o favorecem por aí além. Acaba por cansar.
Para terminar, "My Apocalypse", tema rápido, muito rápido, cujo final abrupto nos deixa em suspenso. E agora? 2009 em que festival? Já agora queria vê-los pela quarta vez.

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